quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Sentimentalismo Barato

   Queria ser normal, mas não sei. Queria amar sem questionar, pegar sem me apegar, beber sem desmaiar, viver sem me arrepender. Mas não vim aqui pra publicar minhas tristezas. Não hoje. E não é pelo fato de ser uma data comemorativa que não quero expressar tudo aquilo que possa estar me magoando e coisa e tal. É pelo simples fato de hoje eu não estar me sentindo assim. Hoje eu posso dizer que estou plenamente feliz. Sim, sem sombras de dúvidas estou feliz. E posso dizer, com um puta sorriso escancarado no rosto, que isso me surpreende pra cacete!
   Todo ano eu tentava buscar conforto em um ambiente diferente, achando que aquilo era o motivo real de eu passar um ano todo lutando de cabeça baixa contra os meus demônios. Contava os segundos durante trezentos e alguns dias pra "me realizar" durante uma semana ou menos. Abraçava com tanto acalento que esse devia ser o motivo de eu desaprender a abraçar durante o resto do ano. Mas dessa vez foi diferente. Foi incomum. Foi bom. Foi melhor. Essa guinada repentina e não planejada foi tão arrebatadora e silenciosa que nem se fez notável. Quando eu vi, estava rindo na janta de natal como não ria a uma caralhada de tempo. Ri como se nada mais estivesse acontecendo em volta, e por uns longos momentos, nada mais aconteceu.
   Resumindo, não espero muito do ano que vem. Criei expectativas monstruosas pra esse ano que está para acabar, mas foram decepções atrás de decepções. Um ano que passou voando, pelo menos pra mim, mas um ano difícil de ser vivido. Já estava esperando uma bosta de um final, mas agora me deparo com um eu criativo e surpreso. Um eu criativo, surpreso e feliz. Aí eu paro e penso: esse ano tinha que ser tão agonizante e desesperador pra eu me sentir tão completo e feliz no final dele? Eu precisava ser tão errado pra me achar no lugar certo? Se sim... Porra! Podiam ter me avisado, sei lá! Mas acho que se me avisassem, a recompensa não seria tão apreciada e desfrutada.
   No final disso, quero apenas mandar um lembrete pra mim mesmo, lembrete esse que não lerei e provavelmente me arrependa de já estar escrevendo. Lembrete inútil, como para quem o é destinado.
      
        "Calvin,
          nesse ano que está para começar, seja um pouco mais feliz. Aproveite seus amigos, sua família, aqueles que realmente te querem bem. Você sabe quem são, só não quer admitir. Não quer admitir que a recíproca é verdadeira e quem sabe até maior. Revide, não guarde rancor. Seja mais espontâneo e alegre. Sorria. Seja você mesmo, não um personagem criado por você mesmo para agradar quem nunca se agradaria com qualquer faceta de você.Ame até doer. Ame a dor. E seja plenamente feliz pelo ano todo.

                     Com certo receio, 
                                                  Calvin"

   É fácil falar.
   

Almas de Papel

   Tudo está errado. Não me encaixo mais na minha rotina diária como costumava. As pessoas parecem mais tediosas, repetitivas, e eu perco a paciência com mais facilidade. Minha cabeça está cheia de sonhos incompletos e pensamentos pecaminosos, enquanto minhas ações se mostram, como sempre, inúteis. Só o que quero, mais do que nunca, é deitar. Não dormir, apenas deitar e deixar o mundo caótico ser ele mesmo enquanto meu travesseiro simplesmente não causa mais a sensação de conforto e leveza que sempre causou. Através dele percebo que nada está certo. Nem meus suspiros são tão profundos ou descompassados quanto antes. Agora são longos e intermináveis... Alguns chamariam isso de depressão. Eu, por outro lado, egocêntrico como sempre, costume o qual não perco apesar de tudo, não acho que o problema seja comigo. Nunca acho.
   A verdade é que todos parecem mais... Crus. Todos. Olham para mim como se fossem me julgar, cuspir verdades em mim, vomitar seus pensamentos mais sinceros e grotescos na minha cara. Eu revido com olhares de desdenho e antipatia, palavras secas e gestos rudes. Claro que eu saio como o vilão da porra toda. Parece que não entendem o que estou vivendo. Penso que não entendem mesmo. São erradamente felizes e alegremente distraídos demais pra perceber tanta tristeza em suas vidas porcamente vividas. São bestialmente cegados e ordenados por um ser pragmático e onipresente de vinte e duas polegadas, às vezes mais, às vezes menos, que lhes causa uma sensação caluniosa de segurança e status. Prazer.
   Andar na rua, porém, tornou-se tarefa árdua para mim. Na rua estão as pessoas. Nas pessoas, os espelhos das minhas irracionalidades, as quais guardo e lacro dentro da minha frágil caixa de sanidade. Protegendo esta caixa estão o guardião amarelo e a amazona branca. Cavaleiro Trileptal e Guerreira Losartana se tornaram minhas drogas, meus vícios. Se tornaram parte de mim e não vão me deixar tão facilmente. Pelo menos não enquanto minhas desilusões não me machucarem tanto ou os golpes de realidade em mim proferidos não causarem feridas tão profundas. Meu reino está em ruína constante, mas como bom líder de mão frouxa, eu finjo que está tudo bem.
   O que mais me assusta na verdade é a minha irreal capacidade de ver a alma das pessoas. Chamo de capacidade, pois não é algo bom o suficiente pra ser chamado de poder ou bênção, nem uma catástrofe a ponto de ser chamado de maldição. Não são as almas de todos que consigo ver... Pelo menos não eram. Até semana passada eu via a alma daqueles que eu não tinha estômago o suficiente pra olhar os olhos. Aqueles e aquelas que fizeram algo de ruim pra mim ou pra qualquer outro alguém. Em sua maioria eram adultos sem escrúpulos nem discernimentos, mas isso já não é mais uma regra. De segunda-feira pra cá isso começou a se manifestar em todos. TODOS. Eu só queria entender a razão disso.
   O que eu quero dizer é: de que serve enxergar a alma de cada pessoa viva nesse mundo se eu não sei o que fazer a partir daí? Será isso um sinal divino? Um chamado? Serei eu um escolhido pra alguma missão fantástica e sobrenatural, cheia de monstros e seres fantasiosos em um mundo mítico? Creio que não. Tentei falar com Deus da minha maneira desajeitada e silenciosa, mas não recebi resposta. Ou recebi e não soube decifrá-la. Procurei na Internet, mas todos sabem o que acontece quando um pseudo-adulto acessa o Google. Perguntei pra minha mãe em um último momento de esperança de uma resposta racional, mas recebi apenas lágrimas e mais um guardião para o meu castelo. Não pude memorizar sua cor nem seu nome, sei apenas que ele não me ajudou com meu problema do travesseiro.

   Faz duas horas que não enxergo mais as pessoas, apenas suas almas de papel. Criaturas esguias, lânguidas, buracos no lugar dos olhos e um sorriso desenhado a lápis de maneira forçada, como por uma criança irritadiça. Sorriso irônico, debochado, vil. Tais seres me causam horror, mais do que os humanos que eles habitam, e isso me causa tontura. Suas mãos sem dedos rasgam minha pele ao me tocarem; as letras que escorrem de suas bocas e lambem seus corpos abstratos formam palavras ofensivas. Meus pensamentos aparecem escritos em suas barrigas pálidas, e eles zombam de mim. Aqueles que um dia foram meus pais dançam desastrosamente na cozinha, enquanto amaldiçoam minha chegada. Me olho no espelho, e meu reflexo me mostra o que minha mente já havia assimilado: também sou assim. Todos somos assim. Todos somos maus. Ninguém marca sua passagem sem pelo menos um rastro de maldade. Sorrio para mim mesmo, enquanto observo a palavra “SOLIDÃO” ser escrita onde um dia ficou meu coração.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Branco

   Apenas não falem comigo. Não cheguem perto de mim. Algo não está certo, minha sobriedade me irrita seu elegantismo me surpreende. Todos esses barulhos desajustados e sem sentido martelam minha cabeça como nunca antes, revivendo em mim sentimentos amargos e conhecidos. Nem mesmo meus sobrinhos são capazes de me alegrar agora. Levem-nos para longe de mim, não quero machucá-los.
   Tudo me enraivece. Tudo me dá vontade de matar. Tudo. O veneno que envolve meus pensamentos é mais intenso do que nunca havia sido antes, e essas palavras só podem estar sendo proferidas agora porque o antídoto branco surgiu efeito. E eu achei que estava livre dele.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Redescoberta.


     Versos amorosos por vezes me deixaram enojado, crendo que o fantasioso sentimento de acalento e pureza não passava de uma figura abstrata que refletia nada mais do que o vazio e necessidade de atenção brevemente preenchidos,capaz de proporcionar alegria,paixão e,quando mais que momentâneo,uma vida.
     Por outro lado,versos obscuros e macabros me extasiavam,captavam minha atenção, despertavam em mim curiosidade e interesse, a vontade de ler, escrever e viver tudo aquilo que me instigava. Que na verdade ainda me provoca a presenciar aquilo que poucos podem, muitos temem, mas todos sonham.
     Mas se o amor é algo além de obscuro, como nunca se tornou prioridade ou dom poético para mim? Falta, excesso, medo de uma possível não reciprocidade? Tudo isso? Nada disso? Quem sabe...  eu sei.
     O tempo cura ,muda. O tempo passa. Tive uma descoberta que muito me espantou, a redescoberta do amor romântico, companheiro, daqueles bem tolos, antes de homem-mulher, no estilo menino e menina, garoto e garota, piá e guria.
     Sim, existe aquela a qual penso e suspiro, adoro apesar de tudo, sem me importar com nada. Quem amo sem temor e, justamente por causa de amar, temo. Por ela, por nós. Pela amizade construída, o amor platônico, as risadas até então, estúpidas.
     Agora me arrisquei, me lancei e, mesmo sabendo que isso pode dar errado, nunca estive tão certo na minha vida. Escrevo sobre amor pelo fato de ser obscuro e macabro. Mas ainda assim, é sobre amor que escrevo.


O Silêncio



O silêncio é como um justiceiro implacável
Agindo com exatidão e sobriedade
Revelando aquilo que nos assombra
Que bloqueamos com o mais alto ruído.
Se isso nos causa,é imperdoável?!
Mas tão bom em momentos irrelevantes...
Momentos que nos passam despercebidos
Abafados pelo barulho infernal da vida
Que causam esplendor e nostalgia
Acessíveis apenas quando dele esquecemos.
Se silêncio almejamos,nos enganamos
Nossa mente age contra o próprio desejo
Lembranças,vontades,frases não ditas
Tudo vêm a tona quando silenciamo-nos.
E cada ruído ou grito fictício,
Torna-se tão irritante quanto a própria voz.
Por isso o silêncio há de ser apreciado
Soberano supremo de fatos implícitos
Causador de choros invisíveis,mas tristes
Dono conciso de verdades vis.
E quando aprendermos a respeitá-lo
Reconhecer que,sem ele,somos máscaras
Conjunto ambulante de mentiras gritantes,

Talvez ele mesmo seja sinônimo de paz.

Eu,demônio.




Quantas pessoas já quis que morressem?
Mentiras e ironias ditas só hoje?

"Crueldade prazerosa,conforto maldito
Generosa brisa gutural da alma."

Aconchego ao ver a desgraça alheia?
Riso sarcástico ao vê-los perder?

"Decepções sem dúvida me fazem bem
Karma  diabólico,mas que acalenta."

Mas o que aconteceu com as conquistas?
Os ganhos não mais valorizados?

"Minha alegria é advinda de percas alheias
Conquistas próprias são neutras e mortas."

Então cada sorriso é encenação?
Ato grotesco desta peça ardilosa?

"Somos atores falidos,palhaços sem graça
Friamente projetados para implantar o ódio."

E quando o bem vence o mal na guerra?
E o amor que reina no coração?

"Amor e coração,ilusão e mero músculo
Apenas dance conforme a música."

Não,vou me desprender desta armadilha!
Cortar as cordas que prendem meus ser!

"Sou titereiro,você marionete
Eu puxo as cordas,você o gatilho".


Dê Aureola ao Pecador




Vivamos a antítese emocional
Calor febril na derme gélida
Suspiros leves ao pulmão enfermo
Ame,dê aureola ao pecador.

Deteste o simples,o fácil demais
Admirável dificuldade,faz-me pensar
Mentes vorazes que agem lentamente
Persuasão ardilosa que não convence

Sonoridade abusiva,quase inaudível
Colorido vivo,cores secas no sépia
Obras belas,desprezadas pela feiúra
Risos nervosos,lágrimas de felicidade

Alegria industrializada,datada
Dubiedade vista por olhos semi-cerrados
Noites mal-dormidas,sonhos fantasiosos

Vida a dois. Amor,nada mais.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Hóstia de Tofu

   Numa conversa com o Padre, confessei todos os meus pecados. Sabia o que estava fazendo, pois me disseram que os padres não podem sair falando, apenas escutar e entender. Apenas entender e perdoar. Falei tudo de errado que já fiz, todos os erros que cometi, todos os caminhos errados que tomei. Fechei os olhos e me pus a tagarelar, com certa angústia, achando que era Deus falando por mim. Ao levantar a cabeça, em busca de solidariedade, encontrei um "santo homem" estarrecido, enojado, amaldiçoando-me com seus olhos virgens.
   Saindo da "santa casa", senti-me corrompido, vindo do próprio inferno. Se aquele ser que trabalha pela fé, com fé (fiquemos assim), destoou da própria ética e humanidade por causa das minha confissões, que seriam das pessoas à minha volta? O que fazia eu para decepcioná-las, aterrorizá-las, entristecê-las? Será que era mesmo Deus falando por mim? Será que minhas convulsões eram passagens? Minha mãe me disse que eu a olhei com olhos acusadores, e eu neguei. Neguei certo?
   Tomei meu caminho pra casa, e os cães não paravam de latir. "Cães são os mensageiros de Deus", ecoava na minha cabeça. "Dog = God". Nunca gostei de gatos, vê se isso tem sentido! Eu tô contigo, sempre estive! Tudo bem, eu não frequento mais a tua casa, mas até onde eu estudei, onde me foi passado como lição, eu sou a Tua casa! Ou será que até no Ceu rola hipocrisia?

quinta-feira, 15 de maio de 2014

This is Gospel - Panic! At the Disco

E não é que eles tinham razão?

   Eu gosto do que faço, mas quem dera fosse fácil o que gosto de fazer. Muito vem do meu dom de ser inutilmente rebelde. Mas eu culpo ao próximo, por ser desinteressante, por tornar tudo aquilo que aprecio uma engraçada perca de tempo. Não vim pra sorrir, vim pra ser aquilo que fui predestinado a ser... mas e se eu errei o meu destino? E se li errado por linhas certas? E se tudo que foi gasto, o tempo, o dinheiro, a importância, os sentimentos, foram desperdiçados a meu contragosto? E se a escolha certa, for a que eu sempre julguei errada? E se eu parasse de me questionar e corresse atrás? E se?
   Seria simplesmente fantástico se tudo aquilo que eu mesmo me julguei incapaz, fosse realmente aquilo que eu mais seria capacitado de fazer. Seria realmente surpreendente, mas o que os outros pensariam de tudo isso? Provavelmente que eles já sabiam. Mas, se já sabiam, qual a razão de não terem me falado antes? Certamente dirão que não queriam interferir nas minhas escolhas. Porém, vocês me conhecem ,sabem muito bem que eu faço escolhas erradas sem medir as consequências, qual o motivo de não me impedirem enquanto havia tempo e dinheiro a ser desperdiçado? Você fez a escolha certa sim, eles dirão. É só parar pra ver.
   E não é que eles tinham razão? Eu amo o que faço, e amando, fica fácil o que amo fazer. Minha dificuldade é a minha lucidez paranoica e soberba, que se acha lúcida, mas é completamente biruta. Fiquemos no biruta mesmo. Maluco beleza, como diria o poeta. Justamente essa maluquez, misturada com minha lucidez, que eu muito pouco, senão nunca, irei usar no que amo. Decepcionante? Nada, sabe-se Deus o que eu estou evitando ao deixá-la de lado. Falo com ela quando chegar em casa. Aí sim, liberto essa realidade alternativa que eu chamo de alegria, e esboço meus pensamentos em linhas retas. Cabe ao próximo interpretar.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Você é o meu Humor

     Rio por bobo mesmo. Me sinto idiota, alegre sem motivo, contente com tudo. Como se fosse algum dopado ou completamente drogado. Mas se estou feliz assim, o que fazer? Não vou deixar de ser feliz pra ser racional...ou será que deveria? Não sei, isso está acabando com minha carreira. Concentração, adeus. Já andaram notando alguma diferença no meu comportamento, mas tudo que eu fiz foi negar barra xingar.
    Aí eu chego lá, ela tá toda linda daquele jeito, e eu me perco todo. E fico rindo o tempo todo, como se nada mais me preocupasse. O que é errado, pois minha vida anda coisada. Mas se o meu sorriso anda consistido nas coisas mais simplórias da vida, que porra há de errado nisso? Não sou um hippie...ainda.  Já me senti assim uma vez ou outra, verdade, mas dessa vez é algo mais sério, mais maduro. E olha que ambos os lados já me disseram coisas maravilhosas. Mas não são palavras ilusórias que me cativam. Só as bem escritas.
    Só não me questionem, por favor. É o que sinto (acho), é bom e divertido. "Você é o meu Humor". Tudo que eu critiquei ou ridicularizei agora tá me atingindo com lanças e flechas. Medievalmente, mas é isso que estar assim é, algo datado antes da época da pedra lascada. Ou polida, não sei. Algo tão bom e velho quanto um vinho de qualidade...Mas ah!, o que eu sei sobre isso? Eu não bebo!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Fila de Banco

   Não toque na minha mão, seu pré-candidato a vereador! Não venha dizer que é meu amigo, que todos nessa fila de banco são importantes pra você, que cada cidadão é totalmente e indiscutivelmente necessário para o bom funcionamento da sociedade em que vivemos. Esse papo já não engana nem a Dona Mariazinha da quitanda de frutas de segunda mão vindas da Bolívia! Cada palavra que tu dizes soa tão falsa quanto nota de três reais! E não estou exagerando. Essa tua mão cheia de bactérias impregnadas nas cédulas já aplaudiram propina e corrupção.
  Então agora, tu vens aqui, onze e quinze da manhã, gestantes, idosos, crianças e as pessoas da "fila normal" como plateia, pra dizer que não quer nossos votos, não almeja nossa amizade, apenas quer que possamos abrir as nossas mentes para o futuro mudando o presente? Ótimo, então cala a porra da boca! Quer pessoas cultas e esclarecidas? Então pare de bancar o vendedor ambulante e faça alguma coisa por essas escolas deploráveis que eu estudei, que, garanto, tu estudastes! Ou será que o papo bonito e as mãos transmissoras de vírus falam e se agitam, mas na sua mente, assim como as de seus "colegas", apenas querem que sejamos todos Donas Mariazinhas das quitandas de frutas de segunda mão vindas da Bolívia?
   Portanto, caro número 73 da fila, que por sinal, está começando a arrancar um olhar assassino do número 74, faça a todos nós um favor: quer falar, reclamar, protestar, divulgar? Vá pra merda... (aplausos discretos dos números 68 a 89). Quer votos, tapinhas nas costas, paixões reprimidas das donas de casa que te acham mais ético e bem vestido que os maridos bêbados e agressores delas? Vá pra merda... (agora o número 74 está rindo nada discretamente). Luiz Carlos Prates? Rachel Sheherazade? É, quem sabe, foda-se. Só fiques quieto nessa fila, que a minha cabeça tá doendo.