Versos amorosos por vezes me deixaram
enojado, crendo que o fantasioso sentimento de acalento e pureza não passava de
uma figura abstrata que refletia nada mais do que o vazio e necessidade de
atenção brevemente preenchidos,capaz de proporcionar alegria,paixão e,quando
mais que momentâneo,uma vida.
Por outro lado,versos obscuros e macabros
me extasiavam,captavam minha atenção, despertavam em mim curiosidade e
interesse, a vontade de ler, escrever e viver tudo aquilo que me instigava. Que
na verdade ainda me provoca a presenciar aquilo que poucos podem, muitos temem,
mas todos sonham.
Mas se o amor é algo além de obscuro, como
nunca se tornou prioridade ou dom poético para mim? Falta, excesso, medo de uma
possível não reciprocidade? Tudo isso? Nada disso? Quem sabe... eu sei.
O tempo cura ,muda. O tempo passa. Tive
uma descoberta que muito me espantou, a redescoberta do amor romântico,
companheiro, daqueles bem tolos, antes de homem-mulher, no estilo menino e
menina, garoto e garota, piá e guria.
Sim, existe aquela a qual penso e suspiro,
adoro apesar de tudo, sem me importar com nada. Quem amo sem temor e,
justamente por causa de amar, temo. Por ela, por nós. Pela amizade construída,
o amor platônico, as risadas até então, estúpidas.
Agora me arrisquei, me lancei e, mesmo
sabendo que isso pode dar errado, nunca estive tão certo na minha vida. Escrevo
sobre amor pelo fato de ser obscuro e macabro. Mas ainda assim, é sobre amor
que escrevo.
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