sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Sintomas Incoerentes

Outra vez sinto como se tudo fosse novo, deslumbrante
Como se todos fossem interessantes e me causassem alegria
Parece-me que cada momento valeu a pena, mérito meu
Conquista homérica de algo tão comum quanto morrer

Tantos anos indiferentes, passaram despercebidos aos olhos
As cicatrizes que ficaram formam rugas em volta do sorriso
Derrota omitida por recomeço sadio, perfeitamente enganoso
Um tempo maior que vidas, depreciando e somando ao meu ser

Construção de caráter, cidadão hipócrita para a sociedade
Julgado inapto tantas vezes, desacreditado por ditos "mestres"
Robôs repetitivos com alma humana, alma enxuta e fraca
Alma sedenta, emergente e voraz, mas alma sem voz

A realidade despe-se na minha frente como uma puta barata
A gravidade acerta-me a cabeça, como uma pedra gasta
Sonhos que viram pesadelos; pesadelos que ganham vida
Sintomas incoerentes de um futuro proibido para menores

Cada hora perdida e olhar vazio são vidas correndo riscos
Visão esverdeada, cheiro de látex, gosto de merda
Meus pés andam sem minha permissão, pois já sabem sua função
Me junto à multidão, pois é assim que deve ser. Fim de papo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário