quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Vingança!

  Você me matou por dentro. Cada palavra foi um tiro, cada gesto uma granada lançada. Cada mentira era uma avalanche. Agora, vou me vingar. Mas partir pro emocional, dar o troco na mesma moeda, isso não faz o meu estilo. Quero algo que te faça sentir dor, que fique na sua memória e no seu corpo por todo o sempre. Como uma assinatura, um autógrafo, uma tatuagem que te lembre da dor que eu te causei por ter me causado dor. Sim, sou vingativo. Não, não me arrependo disso. E acredite quando eu digo: cada segundo vai ser recompensador.  Pra mim, claro.
    Acho que vou começar quebrando dedo por dedo da sua mão esquerda. Essa mão que carrega esse anel ridículo. Depois vou quebrar os dedos da mão direita, pois acredito em lei da compensação. Estarei a aplicando, não? Depois, vou te fazer engolir baratas. Não sei se elas te apavoram, enojam, mas sinto que elas se sentirão em casa dentro de você. Quem sabe pratico a centopeia humana em você e nos outros que lhe fazem companhia. Eles não me agradam também. Creio que haja reciprocidade nisso, mas não me importo. Afinal, vão sofrer de qualquer jeito.
    Uma vez achei um livro de maldições. Vou ler algumas pra você, só pra você achar que está sendo mandada pro inferno. Acredite, estamos no inferno já. O que vem depois é lucro. Por isso que eu não vou te matar. Não quero ser o responsável pela sua salvação. Quero que você aproveite casa segundo no inferno que eu preparei pra você. Depois, quem sabe, encontramo-nos no Paraíso. Se eu vou pra lá? Acho que sim. Estou fazendo uma favor pra muita gente fazendo tudo isso com você.
     Acho que é o calor; insolação, sei lá. Mas quando eu te vi, me deu vontade de me vingar por algo que você fez e eu jamais esqueci. Eu te odeio. Não, não te odeio. Apenas ignoro a sua existência. Mas se eu puder, em uma noite sem vento de dezembro, um calor ardente e amargo, eu me vingo. Vendetta, ragazzi! Depois eu te beijo, só pra confundir...

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