sábado, 30 de novembro de 2013

Depois do dia que não vem

   Depois do dia que não vem, vou aproveitar ao máximo minha liberdade. Cacete, o que é liberdade afinal? Se não é possível roubar nem matar sem ser punido, diga-me você, sábio saco de carne, o que é essa utopia chamada liberdade? Palavra tensa, oculta, sem limites. Palavra que nos faz pensar em fazer tudo aquilo que queremos fazer. Tolice.
    Depois do dia que não vem, vou amar todos que me odeiam. Aí eu penso, qual seria a reação de tais pessoas? Será que elas passariam a me odiar ainda mais? Ou me amariam de forma recíproca, desfazendo todos os meus preconceitos e receios com relação a elas? Talvez realizassem seu sonho de liberdade. Talvez eu encontrasse meu amor em uma dessas pessoas. Babaquice.
    Depois desse fatídico dia que não vem, vou me desapegar das coisas mais pífias e desnecessárias, como celular, computador e emoção. Serei um solitário nesta vida solitária, cheia de pessoas vazias e mentes-marionetes. Na pior das hipóteses, uno-me a eles, fazendo número nessa grande e gorda bola chamada vida. Rolaremos eternamente hipócritas pelo futuro, sempre sorrindo e dizendo falsos "améns" para profetas verdadeiros, mas com precursores da Sua palavra com mais dinheiro no bolso que o Tio Patinhas. Com minhas palavras ácidas, humor gasto e carisma de um gato persa, quem sabe enriqueço também. Filha da putagem.
     Mas, como esse dia nunca virá, e faço questão que nunca venha, permaneço preso a esse pensamento herege de obter liberdade sadia e ilimitada, inimigos que viram amigos e recebem todo o meu amor platônico e besta, e o desapego seguido de riqueza, entre aspas, a favor de um bem maior. Freud ficaria orgulhoso de mim. Depois pularia da ponte. 
     


           
                  Com todo carinho que não tenho, pois quero mais é que se foda, 

                                                                                                   Vitas Diego

Nenhum comentário:

Postar um comentário